domingo




Às vezes falo em dialeto.

E o som que se arrasta parece não agradar.

Minha voz tem genitália - uma que nunca existiu.

Nasal e trancada como uma ostra

Parece bombardear ao meu holocausto interior.

E quando falo, preenche-me um eco,

Como a sustentar partes de mim.

Ela tem a cor da liberdade,

E quando falo a sensibilidade pousa no ar.

Tem o tom melancolico como a de um sertanejo

A apartar os "erres".

E quando falo, pareço castrar um próximo ato viril.

Um comentário:

Sue Castro disse...

Eu até escreveria um comentário decente se soubesse o que escrever... Mas se me acompanhar num café posso te contar tudinho o que achei! (=