sábado

O Dia.


Quando me apetece amanhecer,
Antes do dia e das formas.
Sinto um ar de desespero
- Frêmito-
Como em outros não senti.
E noto que o céu que nos cobre
Já não é o mesmo.
Ele guarda qualquer coisa de estranho
E parece inventar algum sentimento novo.
Nos abriga indiferentemente,
Pelo poder de ser criador.
Ainda de madrugada,
Sinto o conforto de ser criatura,
Em gélidas porcelanas
Que no sereno expostas:
Sabem tudo da vida como ciganas,
E a lista das pessoas ainda não mortas.

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